quarta-feira, 16 de abril de 2014

[Opinião] "O Elixir da Imortalidade", de Gabi Gleichmann

Sinopse: Um romance apaixonante que se estende por mil anos da história da Europa, desde a Lisboa de 1140 até à Oslo dos nossos dias, protagonizado pela família Spinoza.
Desde o século XI que a família Espinoza tem vindo a passar de pai para filho um manuscrito secreto que contém o segredo da imortalidade. Agora, passadas trinta e seis gerações, o último descendente desta longa e ilustre cadeia, Ari Espinoza, não tem um filho a quem o legar. É no leito de morte que começa a escrever a sua narrativa, na esperança de salvar a família do esquecimento. As duas grandes fontes de Ari para a história da sua família são uma arca cheia de documentos amarelos, herdada do avô, e as histórias do tio Fernando, que em criança o encantaram e ao irmão Sasha.
Falavam do envolvimento dos Espinozas em alguns dos mais importantes acontecimentos culturais europeus e eram intercaladas com narrativas de tirania, criatividade e revolta social: o Portugal medieval, a Espanha de Torquemada, a Amesterdão de Rembrandt, a Revolução Francesa, a Viena de Freud e os horrores das duas Grandes Guerras.
O Elixir da Imortalidade é um misto de verdade e ficção que reescreve a história da Europa através de narrativas cheias de humor, imaginação, escândalos e tragédias que vêm a reforçar a ideia de que «a única coisa que pode dar a imortalidade aos humanos nesta terra é a sua capacidade de recordar».


Opinião:
Gabi Gleichmann traz até nós um romance monumental que atravessa séculos. Somos conduzidos através de épocas e de personalidades que, à sua maneira, nos marcaram profundamente.

A história é narrada por Ari, o último descendente dos Espinoza. Começa em 1140 quando Baruch é abordado por um velho mendigo e é incumbido de passar as palavras de uma tábua aos seus descendentes. Para isso ele tem de iniciar uma viagem que o irá levar até ao reino de Portugal onde se torna médico da corte e cria o Elixir da Imortalidade. O segredo do elixir passa de geração em geração, atravessando guerras e ganancias. Este livro está repleto de personagens maravilhosas e voluntariosas mas também de personagens maliciosas e invejosas. Mas também está repleto de personagens que, ou não têm nada haver com a família Espinoza ou entraram nela por casamento mas que têm um papel fundamental no desenvolvimento da mesma. Uma dessas personagens é o tio-avô de Ari que durante a sua vida lhe contou as histórias dos familiares.

Além do título ser "O Elixir da Imortalidade" este tem um papel secundário na história. É mencionado algumas vezes mas o foco é nas personagens, nos seus feitos, nos seus fracassos e sucessos. A personagem que mais me marcou foi o tia-avô de Ari, Fernando. Era um homem maravilhoso que perdeu o amor da vida dele por causa da II guerra mundial. Era uma personagem reservada que vivia unicamente para os momentos em que contava as histórias aos seus netos. 

É um livro grande e que por vezes requer paragens por causa da intensidade da história mas que foi uma leitura deliciosa e que não me vou esquecer nos próximos tempos. Provavelmente o melhor livro que li em 2014. Uma boa aula de história.

Recomendo.

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