terça-feira, 30 de setembro de 2014

[Opinião] "Roma 40 D.C", de Adele Vieri Castellano

Sinopse:

O fascínio da Roma antiga ganha vida num romance de tons sedutores e misteriosos.

Roma 40 d. C. Gaio Júlio César Germânico, Calígula, é imperador. Marco Quinto Rufo é o segundo homem mais poderoso de Roma. Lívia Urgulanila tem um passado para esquecer. Ele é um homem endurecido pela floresta germânica, bonito e forte, que não conhece o medo ou limites. Ela é uma aristocrata refinada e arrogante cujo destino já está escrito.
Mas os deuses decidiram de outra forma e quando Rufo a toma para si, não imagina remotamente as consequências do seu gesto. Roma não é uma província onde tudo, incluindo raptar uma mulher, é permitido. E mesmo que o próprio Calígula decida dar-lha, conquistar o coração de Livia irá ser a tarefa mais difícil e temerária que Rufo já empreendeu.
Irá Lívia entregar o seu coração a um homem cruel que não hesita diante de nada?


Opinião:
Este é um romance passado em Roma. Passado numa Roma onde pendurar uma criança completamente nua num portão é um ato bem vindo e que passa impune.

E é assim que começa este livro. Com uma criança pendurada nua num portão a pagar pelos "crimes" que a mãe cometeu. Alguns anos mais tarde esta criança é uma mulher feita e só quer esquecer o seu passado.

Este é um bom romance. Um romance que se passa numa época que fascina muita gente. Mas não é um romance que nos fica na memória.

A escrita da autora é apelativa e as personagens também. Tem algumas reviravoltas que nos fazem agarrar um pouco mais no livro até chegar ao final.

[Opinião] "Arte Assassina", de Michael White

Sinopse: 

O homicida mais famoso da história tem um discípulo… mas agora na Londres do século XXI.
Em todos os seus anos de serviço, o inspetor-chefe Jack Pendragon nunca tinha visto um cadáver como aquele. Estranhamente mutilado e dramaticamente «esculpido», assemelhava-se à pintura surrealista O Filho do Homem, de Magritte. Essa constatação tornava o crime ainda mais macabro e preocupante. Revelava ser um homicídio calculista, premeditado e que antevia um serial killer. E rapidamente começaram a surgir novos crimes, todos eles encenados para se parecerem com pinturas surrealistas. Londres, final do século XIX. Em Whitechapel, alguém, que permanece por identificar até hoje, cometeu uma série de sádicos assassinatos. Embora, neste caso, fossem prostitutas, a realidade é que as mutilações feitas nos corpos das vítimas são em tudo semelhantes, carregadas de simbolismos grotescos. 
Apesar de distanciado por um século, este serial killer apresenta uma mentalidade tão patologicamente brilhante que todas as provas se tornam escorregadias e inconclusivas. Mas Jack Pendragon está determinado. Desta vez o assassino não vai ficar incógnito, não vai escapar…


Opinião:
Este é um livro que se lê mas que não fica na memória. Não me encheu as medidas nem me fez suspirar por mais. Quando faltavam umas páginas para o final do livro eu já tinha adivinhado quem era o assassino, mas não por que o tinha feito.
Penso que a melhor característica deste livro é a introdução do relato do séc XIX. Um relato que (supostamente) pertence ao famoso Jack, o Estripador. O pior assassino em série de Inglaterra. E um assassino que nunca fui encontrado.

É um livro mediano que serve para entreter.

[Opinião] "Vida Roubada", de Adam Johnson

Sinopse:

Vencedor do prémio Pulitzer 2013: Uma saga de amor, esperança e redenção no país mais fechado do mundo. 

Vida Roubada segue a vida de Pak Jun Do, um jovem no país com a ditadura mais sombria do mundo: a Coreia do Norte. 

Jun Do é o filho atormentado de uma cantora misteriosa e de um pai dominante que gere um orfanato. É nesse orfanato que tem as suas primeiras experiências de poder, escolhendo os órfãos que comem primeiro e os que são enviados para trabalhos forçados. Reconhecido pela sua lealdade, Jun Do inicia a ascensão na hierarquia do Estado e envereda por uma estrada da qual não terá retorno. Considerando-se “um cidadão humilde da maior nação do mundo”, Jun Do torna-se raptor profissional e terá de resistir à violência arbitrária dos seus líderes para poder sobreviver. Mas é então que, levado ao limite, ousa assumir o papel do maior rival do Querido Líder Kim Jon Il, numa tentativa de salvar a mulher que ama, a lendária atriz Sun Moon. 

Em parte thriller, em parte história de amor, Vida Roubada é um retrato cruel de uma Coreia do Norte dominada pela fome, corrupção e violência. Mas onde, estranhamente, também encontramos beleza e amor.


Opinião:
Este é um livro "inventado". É um livro que tenta mostrar como é a vida na Coreia do Norte. Como é a vida num país que ninguém conhece. Em que ninguém entra. Em que ninguém deve entrar.

Foi um livro complicado de ler. A forma como está escrita tornou esta tarefa árdua, mas que no fim trouxe uma sensação de deslumbramento sem igual.

Jun Do é um personagem com carácter que se apaixona perdidamente por uma actriz que nunca conheceu e que irá mudar a sua vida para sempre.

É um livro que recomendo.

[Opinião] "A Filha do Barão", de Célia Correia Loureiro

Sinopse: Quando D. João tece a união da sua única filha, Mariana de Albuquerque, com o seu melhor amigo - um inglês que investiga o potencial comercial do vinho do Porto -, não prevê a espiral de desenganos e provações que causará a todos. Mariana tem catorze anos e Daniel Turner vive atormentado pela sua responsabilidade para com a amante. Como se não bastasse, o exército francês está ao virar da esquina, pronto a tomar o Porto e, a partir daí, todo o país. No seu retiro nos socalcos do Douro, Mariana recomeça uma vida de alegrias e liberdade até que um soldado francês, um jovem arrastado para um conflito que desdenha, lhe bate à porta em busca de asilo. Daniel está longe, a combater os franceses, e Gustave está logo ali, com os seus ideais de igualdade e o seu afecto incorruptível, disposto a mostrar-lhe que a vida é mais do que um leque de obrigações.





Opinião:
Já li este livro há bastante tempo e, por isso, a sua história está um pouco esbatida. Mas lembro-me bem das emoções que senti ao ler o livro.

O inicio foi um pouco tremido. Foi complicado introduzir-me na história. Mas à medida que as páginas iam passando eu ia ficando cada vez mais agarrada e ansiosa pelo final. Aquele final. Que desilução... Será que vai haver continuação? Espero bem que sim! 

Mariana é uma criança. Não há outra palavra para a descrever. É uma criança nas atitudes, naquilo que pensa e na forma como age. Por isso é que foi tão prazeroso vê-la a crescer. A desenvolver uma coragem própria e também ideias. A apaixonar-se pelo querido Daniel. A defender a sua casa das invasões e também a ter dúvidas justificadas.

Nunca tinha lido um livro que se centra-se nas invasões napoleónicas vistas da primeira pessoa e houve certos momentos em que me senti enojada por certas atitudes dos portugueses, principalmente no que diz respeito a Gustave.

Célia Correia Loureiro está a abrir caminho para ser uma das melhores escritoras portuguesas nesta época. Se já não o é.

Adorei e recomendo.

Ps:. Espero ansiosamente pelo 2º volume.

[Opinião] "A Rapariga Inglesa", de Daniel Silva

Sinopse:

Madeline Hart é uma estrela ascendente no partido britânico no poder: bonita, inteligente, motivada para o sucesso por uma infância pobre. Mas Madeleine tem também um segredo sombrio: é amante do primeiro-ministro, Jonathan Lancaster. Os seus raptores descobriram o romance e decidiram que Lancaster deve pagar pelos seus pecados. Receoso de um escândalo que lhe destrua a carreira, ele decide lidar com o caso em privado, sem o envolvimento da polícia britânica. Trata-se de uma decisão arriscada, não só para si próprio, como para o agente que conduzirá as buscas.
Tens sete dias, depois a rapariga morre. Entra em cena Gabriel Allon — assassino implacável, restaurador de arte e espião —, para quem as missões perigosas e a intriga política não são novidade. Com o relógio a contar, Gabriel tenta desesperadamente trazer Madeleine de volta a casa em segurança. A sua missão leva-o do mundo criminoso de Marselha a um vale isolado nas montanhas da Provença, depois aos bastidores do poder londrino e, finalmente, a um clímax em Moscovo, uma cidade de espiões e violência, onde há uma longa lista de homens que desejam ver Gabriel morto.
Desde as páginas de abertura até ao chocante final, em que se revelam os verdadeiros motivos por detrás do desaparecimento de Madeleine, A Rapariga Inglesa irá deixar os leitores completamente mergulhados na história.

Opinião:
Este é o 1º livro que leio de Daniel Silva e, pelo que me parece, isso é um erro.

Quando Madeline Hart desaparece, Gabriel Allon é contratado para a tentar encontrar. Mas o que vai descobrir irá abalar com a sociedade inglesa.

Este livro tem um ritmo alucinante. Não há momentos mortos. É só acção, acção e acção. E isto é um ponto positivo.

A história tem muitas reviravoltas. Reviravoltas em que nós, comuns mortais, não pensaríamos.

Gostei da forma como está escrito. É uma leitura viciante.

Vou continuar a seguir o Daniel Silva. É uma boa aposta.

[Opinião] "Seres Mágicos em Portugal", de Vanessa Fidalgo

Sinopse: 
Dona Adelina conta-nos a história do lobisomem que na freguesia da Bemposta corria ruas pela noite fora estragando o pão que cozia de madrugada nos fornos e assustando os mais novos e indefesos. Na ilha do Pico, Açores, o dia 2 de fevereiro de cada ano era dia para ficar em casa. Homens, mulheres e crianças trancavam-se a sete chaves e protegiam-se comendo alhos. Lá fora os labregos, uma espécie de duendes, saíam das águas salgadas do mar para nos próximos meses viverem escondidos nos matos verdejantes da ilha. Nas serras de Arruda dos Vinhos é bem conhecida a história de um gigante terrível, que, de tão grande e violento, aterrorizava as povoações da região. Em Santa Maria, nos Açores, o povo garante que as jovens de cabelo vermelho que ainda hoje por lá moram são descendentes de uma jovem e bela sereia que caiu de amores nos braços do filho de um pescador. Fadas, duendes, gigantes, olharapos, lobisomens, trasgos, sereias entre outras, são algumas das criaturas mágicas que habitam o nosso país, o nosso imaginário e que vai conhecer ao longo das páginas deste livro. Depois dos seus anteriores livros Histórias de um Portugal Assombrado e 101 Lugares para Ter Medo em Portugal, a jornalista Vanessa Fidalgo percorreu o país, de lés-a-lés, visitou bibliotecas locais à descoberta de histórias, ouviu relatos e entrevistou dezenas de pessoas para resgatar a nossa rica tradição oral. O resultado é este original livro onde a imaginação e o fantástico ganham protagonismo, numa história que não consta nos manuais escolares, mas que faz parte do nosso país e das nossas tradições.


Opinião:
Um livro que nos remete para a nossa infância de histórias maravilhosas sobre fadas, duendes, lobisomens e outros que tal.
É um livro que encanta pelas histórias encerradas neste nosso Portugal que tem tanto de moderno como de misterioso. Histórias que nos fazem sorrir e também arrepiar.

Gostei.

[Opinião] "Perdoa-me", de Lesley Pearse

Sinopse: A vida pode mudar num segundo.
O instante em que encontrou a mãe sem vida nunca se extinguirá da memória de Eva Patterson. Num bilhete, as suas últimas e enigmáticas palavras: Perdoa-me.
O mundo seguro de Eva ruiu naquele momento devastador. Mas o inesperado suicídio de Flora vai marcar apenas o início de uma sucessão de acontecimentos surpreendentes. No seu testamento, Flora deixa a Eva um estúdio em Londres. Este sítio é a primeira pista para o passado secreto de uma mulher que, Eva percebe agora, lhe é totalmente desconhecida.
No sótão do estúdio, a jovem encontra os diários e os quadros da mãe, provas de uma fulgurante carreira artística mantida em segredo. O que levou Flora a esconder tão fundo o seu passado? Ao aproximar-se da verdade, Eva descobre um crime tão chocante que a leva a questionar-se se alguma vez conseguirá, de facto, perdoar.



Opinião:
Lesley Pearse é qualquer coisa de magnifico! Tudo o que ela constrói - desde as personagens, o enredo, os conflitos, os crimes - é feito para nos chocar e fazer pensar. E este livro é uma boa prova disso.

Eva Patterson tem tudo o que se pode desejar. Uma família feliz, dinheiro e uma carreira. Até ao dia em que encontra a mãe morta na banheira. Esse é o dia que irá desencadear todas as desgraças e revelações pelas quais ela vai passar.

Eva é uma personagem forte e bem construída. Tem todo o ar de mulher frágil e carente, mas ela não é nada disso. Ele é independente, forte e corajosa. Vai fazer tudo o que está ao seu alcance para descobrir a verdade por detrás do seu nascimento e das mentiras que lhe foram contadas ao longo da vida.

Um livro muito bem escrito (como já é hábito de Lesley Pearse) e que nos prende até ao último segundo. É impossível largar.

Recomendo.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

[Opinião] "Do Holocausto à Salvação", de Bernard Wasserstein

Sinopse: A história da mulher que, a partir de Lisboa, ajudou milhares de judeus a fugir à morte certa.
Em maio de 1941, Gertrude van Tijn chegou a Lisboa vinda de uma Amesterdão ocupada pelos nazis. Vinha com a missão de negociar o refúgio de milhares de judeus, alemães e holandeses, com a permissão das autoridades nazis. Mas seria esta mulher de meia-idade, carregando tamanha responsabilidade, capaz de desempenhar eficazmente a sua missão, estando conotada com os ocupantes? Teria sido ela um mero peão manobrado pelos nazis, ou a sagaz heroína que pactuou com o inimigo para melhor poder defender o seu povo?
Bernard Wasserstein, um dos maiores especialistas mundiais em História do Século XX, relata a odisseia desta judia alemã com nacionalidade holandesa que contribuiu, apesar da ambiguidade das suas virtudes, para o salvamento de milhares de pessoas. Através dela, o autor conduz o leitor até aos sombrios tempos de guerra na Europa, expondo os dolorosos dilemas com que os judeus se confrontaram sob a ocupação nazi. O resultado é um fascinante documento, em que Portugal e a cidade de Lisboa desempenham um papel decisivo.


Opinião:
Se estão à procura de um romance passado na 2ª Guerra Mundial podem largar este livro e procurar outro. Isto não é um romance, mas sim a biografia de uma das mulheres que mais ajudam os refugiados judeus. 

Tenho de admitir: nunca li uma biografia. E acreditem que custou. Muito. Mas o esforço foi recompensando. Este é um grande livro. Um livro que choca, mas que também comove por mostrar a força que é preciso ter para enfrentar uma ocupação nazi e mesmo assim ainda ajudar os judeus a fugir.

É um livro que irá ficar para a memória.

Recomendo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

[Opinião] "Só em Sonhos", de Sherrilyn Kenyon

Sinopse: Xypher tem apenas um mês na Terra para se redimir através de uma boa ação ou será condenado à tortura no Tártaro para toda a eternidade. Mas a redenção pouco significa para um semideus que apenas deseja vingança contra aqueles que causaram a sua queda. 

Simone Dubois é uma médica-legista com dons psíquicos e capaz de ajudar os mortos a encontrar os seus assassinos. Quando Xypher pede a sua ajuda para abrir um portal para o Inferno e combater demónios, Simone tem a certeza que está perante um louco. 

O futuro da Humanidade encontra-se em risco, mas qual a maior ameaça que Simone enfrenta? Os demónios que vêm em sua perseguição, ou o homem misterioso e sedutor que mudou irremediavelmente a sua vida?



Opinião:
Sherrilyn Kenyon é uma das escritoras de sobrenatural mais aclamadas do mundo. As suas personagens são bem construídas e nunca ficamos enfadados com os seus livros. Existe sempre algo no livro que nos prende à atenção, sejam as personagens novas, as histórias por trás delas, seja o reencontro com antigas personagens que adoramos (vulgo ACHERON!)... Esta escritora tem um dom.

Este livro não podia ser diferente. Temos uma personagem masculina com um passado tortuoso e marcado por mágoas e temos uma personagem feminina com capacidades sobrenaturais e com uma personalidade muito forte. E temos também um final feliz.

O livro no seu todo foi muito bom. Viciante e muito sensual. Mas o final deixou muito a desejar. Na minha opinião foi um final muito abrupto e que merecia mais desenvolvimento.

[Opinião] "A Minha Outra Metade", de Marianne Kavanagh

Sinopse: Esta é Tess. Uma rapariga jovem, obcecada por roupas vintage, presa a um trabalho que detesta. Ainda assim, tem como namorado desde a faculdade Dominic, um belo contabilista, e tem um apartamento fantástico que partilha com a sua melhor amiga, Kirsty. 
Mas se a sua vida pessoal corre tão bem assim, porque é que se sente destroçada sempre que lhe perguntam pelo futuro?

Este é o George. Um músico de jazz brilhante que passa quase tanto tempo a apaziguar as brigas entre os membros conflituosos da sua banda, como passa a preocupar-se com o seu pai enfermo, e a tentar alcançar as muito altas expetativas da sua namorada corretora. Para um tipo que sempre acreditou no romance, o lado prático e deprimente da vida dos vinte e tais surgiu-lhe como um choque. Sempre à beira de chegar a algum lado melhor, ele procura algo mais… e alguém especial.

Tess e George podem muito bem ser as duas metades de algo perfeito e completo. Se ao menos os seus caminhos se cruzassem…

Siga Tess e George através de uma década de maus namoros, jantares e festas caóticas, aniversários mágicos, empregos sem-saída, relações desiguais, e muitos recomeços. A Minha Outra Metade é uma comédia moderna de costumes, de amizades e de desencontros deliciosamente inteligente.

Opinião:
Este é um livro que fala de almas gémeas, que fala da possibilidade de existir a nossa outra metade, aquela que nos completa e que nos fará feliz até ao fim. Mas também fala de amizade e de erros. 

Tess é uma rapariga louca por vintage e que acredita no verdadeiro amor. George é um rapaz que adora música. Eles são almas gémeas. Mas, só dez anos depois, é que o vão perceber. Pois, é verdade. Este livro abrange um espaço de tempo de 10 anos. E nesse espaço de tempo passamos a conhecer muito bem a Tess e o George como um individual, mas não como um todo. E isso é um ponto negativo.

Quando chegamos ao final do livro e eles, finalmente, ficam juntos parece que passou uma eternidade e o livro acaba. Todo o livro foi uma preparação para o final feliz e eu penso que a escritora pecou nisso. Toda a gente sabia que eles iam ficar juntos então porquê tanta demora? Tantos obstáculos?

A escrita da autora é leve e este é um livro que não conseguimos parar de ler mas, mesmo assim, deixa um sabor amargo na boca.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

[Opinião] "A Sétima Porta", de Richard Zimler

Sinopse: Em 1990, Richard Zimler encontrou, numa cave de Istambul, sete manuscritos do século XVI escritos pelo cabalista Berequias Zarco. Um deles narrava o pogrom de Lisboa e o autor utilizou-o para cenário do seu livro O Último Cabalista de Lisboa. Mas, o que revelavam os outros seis manuscritos?
Em Berlim, na década de trinta, Isaac, um descendente de Berequias Zarco e detentor dos manuscritos, está determinado a descobri-lo. Convencido de que o pacto entre Hitler e Estaline anuncia uma profecia apocalíptica prestes a concretizar-se, Isaac Zarco procura arduamente descodificar aqueles textos cabalísticos medievais para assim salvar o mundo.
Passado durante a ascensão de Hitler ao poder, e coincidente com o período da perseguição nazi aos portadores de malformações físicas, A Sétima Porta junta Sophie Riedesel – uma jovem ousada, sonhadora e ambiciosa – a um grupo clandestino de ativistas judeus e antigos artistas de circo liderado por Isaac Zarco, numa luta contra as políticas antissemitas. Mas quando uma série de esterilizações forçadas, estranhos crimes e deportações dizimam o grupo, Sophie ergue-se num combate solitário contra aqueles que ameaçam destruir tudo o que ela mais ama na vida.
Um romance emocionante carregado de simbolismo e uma verdadeira lição de História e de humanidade sobre as muitas vítimas sem rosto de um dos regimes mais implacáveis de todos os tempos.


Opinião:
Este é um livro incrível. Um livro que atravessa décadas até ao pior momento da nossa história. É um livro que é contado com tal realismo que parece que estamos lá, a presenciar e a sentir como as personagens.

Este é o primeiro livro que leio de Richard Zimler mas, penso que posso afirmar, que ele é um génio. Um génio na forma como conta a história, na forma como transmite os sentimentos das personagens e na forma como nos envolve. É um livro que não se consegue parar de ler e que é muito pequeno para o que contém. E é um livro que eu vou recordar.

Recomendo.

[Opinião] "Paixão Sem Limites", de Abbi Glines

Sinopse: Ela tem apenas 19 anos. É filha do padrasto dele. Ela é ingénua e inocente. O que mais poderia ser uma rapariga que passou os últimos 3 anos a cuidar de uma mãe doente? 
Rush tem de 24 anos. Ela é a única coisa que está fora de alcance. O dinheiro que recebe do pai ausente, o desespero da mãe que faz tudo para conquistar o amor do filho e o seu charme pessoal são os três motivos pelos quais Rush nunca ouviu a palavra "não".

Após a morte da mãe, Blaire deixou a pequena quinta no Alabama para ir viver com o pai e nova família dele numa luxuosa casa de praia na Florida. Ela não está preparada para esta mudança de vida e sabe que nunca irá encaixar neste mundo. Para piorar a situação, o pai de Blaire viajou para Paris com a nova mulher, deixando-a sozinha o verão inteiro com Rush, que não parece nada satisfeito com a chegada da sua nova "irmã" por afinidade. 
Rush é tão mimado quanto irresistível e sensual. E isso começa a afetar Blaire. Mas ele sabe que ele é tudo menos o homem certo para ela. Atormentado e misterioso, Rush tem um segredo que pode mudar a vida de ambos para sempre… e apesar de tudo isto, a paixão proibida cresce, sem limites…


Opinião:
Não consigo. Não consigo mesmo terminar de ler este livro. É a coisa mais mal feita que já vi na minha vida...

Personagens sem conteúdo, história sem conteúdo, diálogos sem lógica nenhuma.

É tão mau que existiram momentos em que me deu vontade de vomitar. Muito.

[Opinião] "O Conde Negro", de Tom Reiss

Sinopse: ESCRAVO. SOLDADO. LIBERTADOR. HERÓI.

O general Alex Dumas é hoje em dia praticamente desconhecido e, todavia, a sua história é curiosamente familiar – porque o filho, o romancista Alexandre Dumas, usou a sua vida como inspiração para os clássicos O Conde de Monte Cristo e Os Três Mosqueteiros. Nascido em Saint-Domingue (atual Haiti), filho de um aristocrata e de uma escrava, Alex Dumas viajou para Paris, onde ascendeu ao comando de exércitos no auge da Revolução – até conhecer um inimigo implacável que não podia derrotar: Napoleão Bonaparte. O Conde Negro é, também, uma história de laços inquebráveis de amor entre um pai e um filho.







Opinião:
Quem me conhece sabe que eu adoro romances históricos. Adoro, adoro. E foi por essa razão que eu fiquei tão entusiasmada por ler este livro. Isso e o facto de se tratar de uma personagem tão famosa como O Conde de Monte Cristo.

Mas este livro é muito moroso e com poucos diálogos. Ao fim de algum tempo dava por mim perdida na narração e tinha de voltar atrás.

Foi uma desilusão.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

[Opinião] "Invisível", de James Patterson e David Ellis

Sinopse: Sem deixar rasto. Sem qualquer motivo. Um serial killer imparável. Uma revelação desconcertante.

Emma está obcecada com a investigação de uma série de incêndios que provocou a morte de pessoas e que à primeira vista parecem não ter qualquer ligação entre si. Todos dizem que foram acidentais, mas Emma insiste que foram provocados por um único serial killer.
Mas há algo mais, e muito pessoal, que move Emma: uma das vítimas era sua irmã. Irmã gémea.
Nem mesmo o seu ex-namorado, um antigo agente do FBI, consegue acreditar que dezenas de incêndios, raptos, mutilações e assassínios estejam todos relacionados. Mas Emma vai encontrar uma peça-chave que os ligará a todos.

Novos crimes surgem a cada dia e todos parecem inexplicáveis. Sem motivos, sem armas do crime e sem suspeitos. E Emma não vai descansar enquanto não encontrar o assassino. Ou irá o assassino encontrá-la a ela primeiro? Pode realmente uma única pessoa ser responsável por estes crimes impensáveis?



Opinião:
James Patterson tem ganho cada vez mais destaque na minha biblioteca. Foi um dos primeiros escritores de policial que eu conheci e li e, por isso, sei que ao ler qualquer um dos seus livros vou gostar. E foi com essa convicção que peguei neste "Invisível". E, como não podia deixar de ser, adorei-o!


Neste livro somos apresentados a uma analista do FBI (em licença forçada) que quer fazer de tudo para apanhar o assassino da irmã (tirando o facto de que o resto do mundo alega que não foi assassinato). E somos apresentados a um dos maiores serial killers que a América já conheceu. Durante 1 ano, mais de 60 pessoas morreram e as coisas só parecem piorar. O seu método de trabalho é impecável. Tão organizado que passa despercebido. Mas quando Emmy Dockery começa a escavar a fundo e ganha o apoio de um diminuto grupo as hipóteses do serial-killer escapar são cada vez menores.

Esta é uma história com todos os detalhes. Existiram alturas que me deu vontade de vomitar só com a imagem que se formou na minha cabeça. E isso é uma coisa boa. Significa que este livro é capaz de chocar, mas também de viciar. Tenho a dizer que o final me deixou completamente de boca aberta. Eu estava completamente errada com as minhas suposições. Ainda estou um bocado aparvalhada ao fim de quase uma semana.

Mas mesmo sendo um bom policial sinto que falta alguma coisa... Parece-me que me liguei mais ao vilão do que as pessoas "boas". Mas adorei na mesma o livro e recomendo!

[Opinião] "O Voluntário de Auschwitz", de Witold Pilecki

Sinopse: Witold Pilecki, capitão do Exército do Estado clandestino polaco, fez algo que mais ninguém teve a coragem de repetir: voluntariar-se para ser preso em Auschwitz, o mais violento e mortífero campo de concentração nazi, e, dessa forma, relatar os horrores ali praticados pelo Terceiro Reich.
A missão, realizada entre 1940 e 1943, tinha dois objetivos: informar os Aliados sobre as práticas nazis nos seus campos de concentração, dos quais se conheciam, então, apenas algumas informações esparsas, mas muito preocupantes; e organizar os prisioneiros em grupos de resistência contra as forças alemãs, na tentativa de controlar o campo.

Sobrevivendo a muito custo a quase três anos de fome, doença e brutalidade, Pilecki foi bem-sucedido na sua missão, conseguindo evadir-se do campo de concentração em abril de 1943.
O Voluntário de Auschwitz é o relatório mais extenso do capitão Witold Pilecki, completado em 1945, no exílio. Escondido pela ditadura comunista na Polónia durante mais de 40 anos, este documento único na história e na literatura sobre Auschwitz, a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto é agora publicado pela primeira vez em português.
Este livro venceu o Prémio Internacional para Melhor Biografia/Memória 2013.


Opinião:
O livro "O Voluntário de Auschwitz" é um livro cru. Que mostra do que a raça humana é capaz quando se une para mal, mas que também mostra do que é capaz quando se une para o bem.

Witold Pilecki deve ser homenageado pela força e coragem que teve para se entregar aos alemães e para ter ido para o campo de concentração de forma voluntária. Passou lá vários anos que se tornaram cada vez piores e fugiu na altura certa. Um homem de coragem que não merecia morrer da forma que morreu.